Manda Aúdio Pelada

 Gosto de você 

Não penso em mais nada

Só quero que você mande

Um áudio pelada

Quer me dar um presente?

Algo que me agrada?

Tira sua roupa 

Manda áudio pelada

Melhor que um beijo

Ou que uma sarrada 

Pega o celular 

Manda áudio pelada

Depois da cerveja

Já meio travada

Arranca a roupa 

Manda áudio pelada

O celular é ruim

Só tira foto borrada

Liga o microfone 

Manda áudio pelada 

Viajando de busão 

Ouvindo lambada 

Vai no banheiro 

Manda áudio pelada

Voltou da missa

De alma lavada 

Bendita é a senhora

Que manda áudio pelada

Tá toda santinha 

Vai ser beatificada

Me ensina a rezar 

Com um áudio pelada 

Acordou com febre

Com tosse e gripada 

Tomou tylenol

Mandou áudio pelada 

Foi na ginástica 

Ficou toda suada 

Toma uma ducha 

Manda áudio pelada

Gorfou no banheiro 

Entupiu a privada 

Desentope com a mão 

Manda áudio pelada

Fez umas amigas 

No banheiro da balada

Entoaram em coro 

Um audio pelada 

Nunca uso cocaína

Só deu uma cheirada 

Calor tomou conta 

Mandou áudio pelada 

Na praia deserta 

Deu uma chispada

Aproveitou o embalo

Mandou áudio pelada 

Lá no banheiro

Depois da cagada

Limpa teu cu

E manda áudio pelada

Quadras Impropérias

Rapariga tem uma buceta

Rosinha que me seduz

Quero enfiar-lhe a cabeça 

Como faz um avestruz 

A buceta da minha amada 

É que nem um salgadinho

Dos lados passo a língua  

No meio dou uns beijinhos 

Sou um menino quieto 

Pareço um natirmorto

Minha língua só tem venenos

Meu pau é um pouco torto

Meu pau sementinha

Precisa de fertilizante 

Vou buscar os nutrientes 

Na buceta da amante

Vivem os millenials

Uma infinita romaria

Roda roda o mundo todo

Em busca da putaria 

Minha pica perniciosa 

Só busca felicidade 

Minha pica não vê preconceito 

Minha pica não vê idade

Apesar da cabeça aberta 

Há um cuidado pré coito

Exige-se da parceira

A idade mínima de dezoito 

Uma pica pequena e grossa

É a flor do meu buquete

Minha língua não tem problema

De compensar-lhe com minete 

Se minha pica não é grande

Não há nenhum problema 

Lamber-te inteirinha

Esse é o meu lema

Alegra-te Rosinha

Não fique tristonha

Compro mais camisinha 

Ou 2 gramas de maconha?

Rosinha tua buceta

É um espetáculo astral

Teu centro é um buraco negro

A atrair o meu pau

A primeira vez que te vi nua 

Me impressionou teu corpanzil

Teus peitos são os mais retumbantes 

Que existem no Brasil

Olhando-te assim nua

Te saúdo como um soldado 

Meu pau humilde servo

Te corteja levantado

24/06/2019

Quadras do Pé

 Amiga cansada /

Que vem lá da rua /

Se vem aqui em casa /

Ficarás logo nua //

Enquanto você senta /

Lhe passo um café /

Tu pede o açúcar /

Eu peço teu pé //

Veste uma bota preta /

De couro e feminina /

Colada a tua pele / 

Esconde a felina //

Pego os cadarços /

Afrouxo devagar / 

Tome logo o café /

Se não vai esfriar //

Enquanto respira /

De olhos fechados /

Já sinto o aroma /

Do teu pé descalçado //

Sua meia é branca /

Com rosas e florida /

Aproximo meu rosto /

E dou uma sentida //

Que aroma fresco /

Da moça que trabalha /

Com o pé em meu rosto /

Nem pareço canalha //

Tirei sua meia /

Te deu um arrepio /

Por toda a coluna  /

E não era de frio /

Começas a rir /

De cócegas do pé /

Estou a lambê-lo /

Tal qual um picolé //

Acalmo um pouco /

O ritmo linguarudo /

Já sinto em minha calça /

Meu pai mais parrudo //

Mas mal comecei /

Com você a brincar /

Agora teu pé /

Vou mordiscar //

As cócegas aumentam /

Num ritmo valseado /

Aproveita o carinho /

De olhos fechados //

Começas a esquentar /

E ficar buliçosa /

Teu rosto branco /

Fica mais rosa //

Pousou o teu pé /

Parado em minha face /

Me disse safada / 

Que a fera soltasse //

Unidos no toque /

Teu pé e meu nariz / 

Cenário de sonhos / 

Que eu sempre quis //

Mas a hora chega /  

E o tempo urge /

Retirou teu pé /

E a proposta surge //

O balança no ar /

Como uma varinha / 

Seu pedido é uma ordem / 

Minha fada madrinha //

“Terás que lamber /

E transar e chupar /

Que seja muito bom / 

Ou irei te amaldiçoar” //

Me levanto do chão /

Te coloco na mesa /

Tu és o caçadora /

Eu sou tua presa //

Entre beijo e mordidas /

Apertos e beliscos /

Em cima da mesa /

Tu és um petisco //

Minha língua em teu peito /

Tem gosto de pé /

Tua boca em meu pescoço / 

É puro café //

Tirei tua jaqueta / 

Camisa e sutiã /

Falta apenas uma bota / 

E sua calça de lã //

Desço pelo umbigo /

Chegando a cintura /

Teu corpo fulgido /

Por mim todo urra //

Já se aproxima o jantar / 

O convidado chegou /

Que sirvam a entrada! /

A rainha ordenou //

Língua de trapo /

Ou Bife a roulet ? /

Pra mim a entrada /

Foi lamber o teu pé //

Mas estamos em junho /

Tem festa junina /

Cuscuz vem depois / 

Primeiro é a vagina //

A quadrilha começa /

Vai ter marmelada! /

Lambo lambo gostoso /

A maçã caramelizada! //

Sinto o aroma forte /

De desejo e tesão /

Tu geme gostoso /

É noite de São João! //

O balão vai subindo /

Vou lambendo a patroa /

Meu pau vai tinindo /

Lá vem coisa boa //

Já se aproxima a hora / 

Da quadrilha dançar /

Meu pau e tua vagina / 

Vão se encontrar //

Estão juntinhos e colados /

Numa alegria fugaz /

Balançam esbaforidos / 

Pra frente e pra trás //

A ponte quebrou /

A cobra está solta / 

Mas o nosso caminho /

Não tem mais volta //

Urro e esperneio /

Até soltar o balão / 

Você já no êxtase /

Acena com a mão //

Estamos enfim /

Alegres e satisfeitos /

Deitamos na cama /

Encaixados com jeito //

Adormecemos os dois /

Para acordar nunca mais / 

Mas seu celular toca /

Destrói nossa paz //

Te ligam de longe /

Sua hora chegou /

Precisa ir embora /

O patrão chamou //

Começa a se vestir /

Refazendo a costura / 

Guardo em minha mente / 

A imagem de ti nua //

Te dou um beijo /

Lhe digo qual é /

“Tu tem que voltar /

Pra eu lamber o seu pé” /

Ela pega a bota /

E me prepara pra ceia /

Precisa ir embora /

Mas ganhei sua meia //

12/05/2020

Ética Podólotra

 Como segundo texto deste blog, vejo como importante discutir um pouco sobre as atitudes dos amantes de pés - que nem sempre são as melhores.

Minha motivação para escrever este texto veio a partir de um outro blog podólatra que encontrei recentemente. Primeiro fiquei contente porque achei outra pessoa que escrevia com o mesmo intuito que eu. Li suas postagens e elas funcionavam como um diário sobre suas vontades e experiências. Fotos eram comuns e, a princípio, pareciam serem retratos de sua esposa ou então de mulheres com quem ele se relacionava. Até que cheguei numa foto de uma mulher numa fila. Era simples: a mulher vestia mini saia, sandália aberta com os dedos com esmalte e a foto estava meio borrada e pagava somente a parte inferior do corpo dela. Claramente a foto havia sido tirada escondida, o que era confirmado pela descrição que a acompanhava. Nela ele comentava que tinha encontrado a mulher numa fila e tinha dado um jeito de registrá-la, para então compartilhar com infinitos anônimos na internet.

Lembra quando comentei sobre algumas práticas que queimam a comunidade podólatra ? Essa claramente é uma delas. Por que raios as pessoas - e não apenas a pessoa desse blog em específico - se acham no direito de tirar fotos de mulheres que encontram na rua ou em espaços públicos ? Onde está o senso de que para viver um prazer de uma maneira natural, o prazer tem que sempre respeitar a outra parte? Essa foto é só um sintoma de uma postura de achar que a outra parte está para lhe servir, para satisfazer seus prazeres, mesmo que ela não saiba que está fazendo isso.

Assim, já procuro deixar bem claro um limite que sempre me incomodou: o dos que se acham no direito de usufruir de outras pessoas sem elas saberem. Uma coisa é tocar uma bronha sozinha, ou visitando as redes sociais da pessoa atrás das fotos que ela postou ou mesmo lembrando de uma memória que te marcou muito. Outra completamente diferente é tirar uma foto sem a pessoa saber só por querer guardar o registro e se satisfazer depois. 

Vale a lógica do não é não.

Veja, não quero fazer moralismo barato aqui não. Mas não me sinto confortável ao ver esses comportamentos e prefiro deixar bem claro desde o início quais são os limites para mim.

Lembro de um canal que tinha no YouTube de um cara que andava pelas ruas filmando ele pisando na parte de trás dos sapatos das mulheres. O intuito era fingir que havia sido acidental e torcer para que o sapato saísse. Isso deve ter sido entre 2010-2015 pois faz bastante tempo. Lembro de chegar nesse canal por conta da minha rede de contatos podólatras e de desde o início achar profundamente repugnante. Não conseguia sentir um mínimo de prazer ao saber as condições em que o material era produzido. Nunca mais o vi e imagino que tenha sido banido.

Assim, penso que se o século XXI, na sua terceira década, nos permite maior honestidade e abertura com nossas fantasias, também exige uma postura mais crítica e atenta. Pense sempre bem: isso que eu estou consumindo foi produzido sobre quais condições ? Será que não estou indo longe demais para conseguir esse prazer ?

Usem com moderação

Beijos

L.D.

Manifesto Podólatra

 Depois de muito pensar, sentir e meditar, decidi trazer ao mundo uma fantasia minha que é compartilhada por muitas outras pessoas: pés. Podólatras são as pessoas que tem tesão em pés, seja em ter os seus próprios pés cultuados ou seja cultuando pés de outras pessoas. Eu, felizmente faço parte desta turma. É uma fantasia democrática e contempla pessoas de vários gêneros e orientações sexuais. No meu caso, a partir do qual pretendo trazer a tona, sou homem hétero cis e morro de amores por pés femininos.

Meu intuito aqui é produzir conteúdo sobre podolatria com o intuito de desmistificar a percepção do senso comum sobre essa fantasia. Podólatras geralmente são objetos de gozações e piadas e costumam ser vistos quase como depravados sexuais. Claro que existem os extremistas que realmente cometem atrocidades para satisfazer seus desejos mais íntimos, mas esses não se restringem a apenas uma ou outra fantasia. Assim, busco contar as minhas vontades e experiências, e escrever procurando mostrar a energia pulsante que deriva desse tesão. Procuro tratar essa minha fantasia - que é de tantos e tantas outras - com naturalidade e apresentá-la na sua forma mais verdadeira para o mundo.

O anonimato vem como um modo de tornar essa comunicação mais liberta. Em tempos de excessivo auto-compartilhamento e de um monitoramento invasivo, procuro preservar minha privacidade para assim conseguir contar com mais naturalidade e verdade minhas vontades mais íntimas. 

Acredito que escrevendo e jogando ao mundo posso atingir outras pessoas que talveez tenham vergonhas das próprias fantasias, sejam elas podólatras ou nçao. A tara pelos pés é o que me move de uma maneira profundamente irracional e que adiciona a dose de loucura na minha vida. Com cumplicidade e honestidade, podemos ter vidas sexuais mais satisfatórias e contribuir para um mundo menos carola.

Beijos e boa jornada,

L.D.